quarta-feira, 8 de novembro de 2017

CAVERNA DO DIABO - São Paulo.


De posse das informações de como chegar a Caverna do Diabo, partimos de Iporanga a Capital das Cavernas¹ em direção a Eldorado pela rodovia SP 165, são 33 Km até uma rótula bem balizada com placas de sinalização que indicam o acesso ao parque. Na rótula (trevo), são mais 5 Km pela SP 111/165 até a entrada do Núcleo Caverna do Diabo.

 Na chegada um amplo estacionamento, haviam poucos carros, no dia chovia muito, o que minimizou a quantidade de visitantes. Uma escadaria reta leva a um prédio em um nível mais acima, ali funciona a administração, restaurante e uma loja de suvenires. Mais atrás, sanitários e um incrível Centro de Visitantes com uma grande quantidade de informações em um ambiente temático ao mesmo tempo auto-didático.

Mais afastado um pouco, mas tudo indicado com placas, uma construção menor, onde funcionava a venda dos ingressos, onde é feito também um rápido registro. Após a compra dos ingressos, fomos orientados a seguir por uma estrada estreita, calçada com pedras em meio a Mata Atlântica.  

Parque Estadual Caverna do Diabo - Eldorado - SP / Brasil.

Percorremos aproximadamente 500 metros e chegamos a uma pequena área coberta, com lixeiras seletivas, bebedouro, bancos e uma guarita onde ficava um Monitor Ambiental responsável pelo acesso à caverna. Um totem próximo trazia a inscrição "Bem Vindo! Você está entrando na Caverna do Diabo". Aguardamos a formação da turma e a chegada do guia, também denominado Monitor Ambiental, este, de caráter obrigatório como orientava uma placa central, bem visível a todos.

Área de espera na entrada da Caverna do Diabo.

A visitação no interior da caverna é feita em grupos de até 12 pessoas, acompanhadas por um Monitor Ambiental credenciado (local). Cada grupo pode permanecer no interior da caverna por no máximo uma hora, sendo que o intervalo entre um grupo e outro é de 20 minutos.

Inicio da Trilha do Araçá ao lado da entrada da Caverna do Diabo.

A Portaria Normativa (FF 218/2014) que estabelece critérios para visitação turística da Caverna do Diabo também prevê o número máximo de visitantes de 672 pessoas por dia, atingindo essa marca, não é mais permitido o acesso à caverna.

O uso de calçados fechados com solado antiderrapante também é obrigatoriedade presente na Portaria Normativa e lembrado nas placas orientativas. É proibido o uso de chinelos, sandálias e demais calçados abertos, o que garante maior segurança aos visitantes evitando escorregões e tropeços em alguns trechos com maior umidade no solo.

O nosso grupo foi de apenas 4 mais o guia, ao se aproximar da entrada o paredão impressiona, o ambiente muda, o monitor reforça algumas orientações sobre um comportamento seguro. É quebrado um pouco da rusticidade pela infraestrutura, escadas, corrimão e alguns pontos de luz artificial.

O paredão na entrada.


Corrimão e escadas tornam o passeio fácil.

Entramos na garganta da montanha, por minutos ninguém falava nada, o barulho era apenas da água corrente do Rio das Ostras que passa no interior da caverna. Momento de contemplação e reflexão, entramos em outra dimensão, estávamos dentro da Terra.

Em seu interior o Rio das Ostras.


Entrada da Caverna.

Durante o passeio passamos por Zonas de Variação Climáticas. Ao entrarmos numa caverna percebemos imediatamente a variação ambiental. A luz diminui a temperatura cai e a umidade aumenta. Quanto maior a distância da entrada, mais esses fatores vão ficando constantes.

Zona 1 - Na entrada da caverna e proximidades, a luz ainda está presente e os outros fatores ambientais são influenciados pelo meio externo.

A luz natural (esquerda) vai sendo trocada pela artificial (direita).

Primeiramente batizada como Gruta da Tapagem e popularmente conhecida como Caverna do Diabo, a mesma está localizada no Município de Eldorado no estado brasileiro de São Paulo, mais precisamente no Parque Estadual da Caverna do Diabo criado em 2008 e que está inserido no Mosaico de Conservação do Jacupiranga.

Caverna do Diabo - Eldorado - São Paulo / Brasil.

A Gruta da Tapagem ou Caverna do Diabo tem mais de 2 milhões de anos e foi primeiramente estudada pelo naturalista alemão Richard Krone, que a partir de 1886 descreveu 41 cavernas da Região do Vale do Ribeira (http://www.cavernadodiabo.com.br/historiaexploracao.html).

Gruta da Tapagem popularmente conhecida como Caverna do Diabo.

No trajeto turístico da caverna foram instaladas luzes artificiais, como também um sistema de iluminação de emergência alimentada por baterias.

Com a instalação das luzes artificiais começou a aparecer em alguns locais a presença de musgos, organismos inexistentes em ambientes escuros. A fim de corrigir esse impacto no ambiente ocasionado a partir da infraestrutura criada, foram instaladas luzes especiais que evitam modificações nas rochas. 

Caverna do Diabo - Eldorado - São Paulo.


Parque Estadual Caverna do Diabo - São Paulo / Brasil.

Por muitos anos a Caverna do Diabo carregou o titulo de maior caverna do estado de São Paulo, mas atualmente com o remapeamento da Caverna Santana no PETAR que ultrapassou a marca dos 8 mil metros, ficou com o segundo lugar com os seus 6.237 metros. No ranking nacional atual está no número 23 entre as maiores cavernas do Brasil.

Uma expedição realizada em 2009, no contexto do plano de manejo espeleológico do Mosaico de Jacupiranga, mapeou o seu interior denominando lugares como o Salão Branco, Lago do Silêncio, Salão Violeta, Salão Vermelho, Duas Velas, Salão dos Macarrões até a Ressurgência do Córrego das Ostras chegando nos seus 6.237 metros. Destes apenas 600 metros são destinados ao público turístico, com nível de dificuldade classificado como fácil.

Zona 2 - Não existe mais luz natural, porém a circulação do ar entre o interior da caverna e o exterior provoca variações de temperatura e umidade.

Gruta da Tapagem - Parque Estadual Caverna do Diabo.

A adaptação dos 600 metros da caverna abertos para visitação levou 1 ano e meio e incluiu a construção de passarelas, escadarias, corrimãos e iluminação. Foram construídos 344 degraus para subir 75 metros de desnível até o ponto mais alto do passeio.

Espeleotemas denominados velas, colunas com 18 metros.

As formações mais interessantes podem serem vistas no salão conhecido como Catedral. A beleza do local dá asas à imaginação. Alguns espeleotemas recebem nomes artísticos devido as suas formações.

Em um dos pontos do salão Catedral que é magnificamente enfeitado por estalactites e estalagmites está as "Crateras da Lua", pois a ação da água não está apenas nos tetos e nas paredes, as gotas constantes que caem no mesmo ponto no chão criam crateras que lembram a superfície da lua.

Espeleotemas no Salão Catedral.


Bolo de Noiva e Couve-Flor são exemplos de nomes artísticos atribuídos  as formações.


Nesse a imaginação faz lembrar uma mulher de costas na parte central da imagem.

Espeleotemas são formações de cristais que surgem de soluções de água combinada com minerais dissolvidos que circulam nas rochas calcárias. Devido à diferença de pressão, essas soluções liberam gás carbônico na atmosfera das cavernas e forma depósitos no teto, nas paredes e no chão. Com o passar de muitos anos, vão surgindo verdadeiras esculturas naturais, como as que se pode observar na Caverna do Diabo.

Cortinas.


Coluna no centro e estalactites no angulo superior.

Na Caverna do Diabo é possível observar diversos tipos de espeleotemas desde os mais comuns como as delicadas estalactites e estalagmites, passando pelas incríveis colunas, cortinas e cascatas até as surpreendentes helictites que  tem como característica a força de sua cristalização maior do que a da gravidade, fazendo com que os cristais cresçam em todas as direções.

Verdadeiras esculturas naturais.


Helictites (esquerda) e uma estalagmite em formação (direita).

O uso de lanternas não é obrigatório devido as luzes artificiais, porém é permitido e interessante levar a sua. Em algumas formações é possível até criar alguns efeitos com a lanterna, com orientação e demonstração do Monitor.

Essa formação fica com iluminação interior com o  efeito da lanterna...


Com o apagar das luzes artificiais e o uso da lanterna ela parece incrivelmente acender.


Essa é chamada "Bacon" devido o efeito com a lanterna.

Percorremos o percurso sempre atentos as explicações esclarecedoras do Monitor Ambiental. As passarelas facilitam e nos auxiliam a vencer os desníveis do trajeto. 

Caverna do Diabo - Eldorado - São Paulo / Brasil.

Chegamos então num dos locais mais esperados e curiosos do passeio, na última plataforma, aqui o Monitor apaga as luzes artificiais por alguns instantes para que o visitante tenha a real noção da escuridão total que a Zona 3 de uma caverna apresenta.

Zona 3 - A escuridão é completa, a temperatura e a umidade relativa do ar ficam praticamente constantes.

Última Plataforma do passeio.

Nesse local também é onde se visualiza a chamada Face do Diabo, uma formação natural na parede que como outras formações é de livre interpretação, nada macabro, mas somando com o misticismo criado, as luzes apagadas, a longa distância da entrada e a atmosfera, gera alguns calafrios e um certo desconforto involuntário, mesmo nos mais corajosos. 

Face do Diabo na Caverna do Diabo.

Além da formação na parede, lendas curiosas estão atribuídas a popularização do nome Caverna do Diabo:
  • Grupos indígenas acreditavam que as estalactites e estalagmites eram pessoas e/ou animais petrificados e que as gotas que pingavam do teto teriam poder de transformá-los em pedra.
  • Caboclos diziam que a caverna era morada do Diabo e a porta para o inferno, porque sons assustadores que saiam de lá, pareciam gemidos de almas castigadas.
  • Os moradores locais armazenavam a colheita no interior da caverna e achavam que era o Diabo que remexia a comida durante a noite. Na verdade a colheita era remexida por animais da floresta. 

Caverna do Diabo - Parque Estadual Caverna do Diabo - São Paulo / Brasil.

A Caverna do Diabo é reconhecidamente uma das mais belas do país. Uma galeria de rio de mais de 4 Km de extensão e a presença de grandes salões com espeleotemas imensos e outros bastante frágeis fazem da Caverna do Diabo um verdadeiro patrimônio ambiental, com evidências de processos geológicos de grande magnitude que atuaram na região, a exemplo da sobreposição de espeleotemas formados em diferentes períodos.

Fizemos o caminho inverso fascinados, foi como se estivesse em outro mundo, explorando outro planeta. As cavernas me encantam cada vez mais, cada caverna tem sua beleza peculiar, nos permitem vivenciar aventuras verdadeiramente enriquecedoras. Ainda nessa viagem estaria em mais duas cavernas no PETAR, cujas aventuras serão compartilhadas em postagens exclusivas.  

Saída da Caverna do Diabo.

O Parque Estadual Caverna do Diabo é aberto para visitação de terça a domingo (segunda-feira não abre) das 08:00 às 17:00 ou até que atinja o número máximo de visitantes por dia. Lembrando que o número máximo de visitantes diários é de 672 pessoas, atingindo essa marca em qualquer horário não será permitido o acesso à caverna aos excedentes conforme o Plano de Manejo em vigor.

O Parque Estadual Caverna do Diabo é administrado pela Fundação Florestal - Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo.




CAVERNA DO DIABO - RECONHECIDAMENTE UMA DAS MAIS BELAS DO BRASIL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



COORDENADAS GOOGLE EARTH: 24º38'09.47"S - 48º24'16.30"O.



TEXTO: Valfredo Neves.
Fontes - Wikipédia, cavernadodiabo.com, Centro de Visitantes do PECD, Monitores Ambientais, petaronline.com.



FOTOS: Valfredo Neves.






VEJA NO BLOG:





domingo, 15 de outubro de 2017

PETAR - Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira.


Muito já se escreveu e se falou sobre o PETAR, a proposta aqui é juntar as informações técnicas mais relevantes através das fontes de pesquisas e somar com a experiência vivenciada "in loco" descrevendo nossas aventuras quando de passagem pelo parque.

O Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) é considerado uma das Unidades de Conservação (UCs) mais importantes do mundo. Com mais de 350 cavernas cadastradas pela Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE). Em 1999 foi reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO.

Parque Estadual PETAR - São Paulo / Brasil.

Nosso ponto de partida para o PETAR foi a Pousada Casa de Pedra¹ em Iporanga², onde estávamos hospedados. O agendamento com a guia que nos conduziu nas aventuras se deu por intermédio da pousada que realiza o contato com guias credenciados mediante interesse dos aventureiros.

As visitas aos atrativos do parque são obrigatoriamente monitoradas, ou seja, é obrigatório a condução de um grupo, ou mesmo individual, por um guia (Monitor Ambiental). Os monitores podem ser contratados nas agências locais ou receptivas e pousadas da região. Essa prática gera emprego e renda local e dissemina um maior controle sobre as práticas de minimo impacto ambiental, bem como maior segurança aos visitantes.

É necessário um guia para grupos de até 8 pessoas, fechando o grupo com 9 integrantes, esse número é o máximo por turma, que pode ser formada por quantidades inferiores a 9. Em turmas cheias os valores costumam ser menores, pela quantidade, quanto menas pessoas os valores aumentam, mas nada absurdo, tudo ocorre dentro do bom senso e é conversado antes.

Na ocasião, nossa turma era de 5 pessoas mais a guia e em outra turma que saiu da pousada era formada por um casal (2) mais o guia. É melhor chegar ao parque já com o monitor para evitar correr o risco de não poder acessar.

Percorremos aproximadamente 17 Km em uma estrada de terra bem conservada até o Núcleo Santana, o escolhido para nossas atividades por ser o que concentra a maior parte dos atrativos. Na portaria paga-se uma pequena quantia para ingressar no parque. Leve dinheiro, pois não eram aceitos cartões nem moeda estrangeira.

Portaria do Núcleo Santana - PETAR.


Estacionamento no Centro de Visitantes do Núcleo Santana - PETAR.

Localizado no sul do Estado de São Paulo, entre as cidades de Iporanga e Apiaí, o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira / PETAR foi criado em 1958 para garantir a conservação do patrimônio espeleológico (cavernas e paisagem), arqueológico e paleontológico, e a biodiversidade da Mata Atlântica e das cavernas da região.

Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira / PETAR.

Com uma área de 35.884,28 ha, o PETAR reúne áreas nos municípios de Apiaí, Guapiara e Iporanga. Há 4 núcleos abertos à visitação turística: Santana, Ouro Grosso e Casa de Pedra em Iporanga e Caboclos em Apiaí. As populações vizinhas ao PETAR são diversificadas, incluindo comunidades quilombolas, ribeirinhas e de pequenos e médios agricultores.

PETAR - Unidade de Conservação do Estado de São Paulo.


Núcleo Santana - PETAR - SP / Brasil.

Das mais de 400 cavernas existentes no PETAR, mais de 350 já foram cadastradas, mas apenas 12 são abertas ao turismo, as quais são divididas nos 4 núcleos de visitação. Os Núcleos Santana e Caboclos concentram a maior parte dos atrativos, enquanto o Núcleo Ouro Grosso recebe um número maior de escolas e eventos. No Núcleo Casa de Pedra é possível visitar somente a entrada da caverna que conta com o maior pórtico do mundo com 215 metros de altura.

Abaixo estão as 12 cavernas do PETAR e seus respectivos núcleos, destinadas a visitação turística. Na atualidade algumas destas estão interditadas por conta da ausência do plano de manejo, ainda em elaboração:

NÚCLEO SANTANA:
  • Santana
  • Morro Preto
  • Couto
  • Água Suja
  • Cafezal

NÚCLEO OURO GROSSO:
  • Ouro Grosso
  • Alambari de Baixo

NÚCLEO CABOCLOS:
  • Teminina
  • Caverna Desmoronada (interditada)

NÚCLEO CASA DE PEDRA:
  • Casa de Pedra
  • Cristal (interditada)

REGIÃO DO LAGEADO:
  • Laje Branca (interditada)
Em nossa primeira atividade no parque, percorremos a Trilha da Caverna Santana, de nível fácil com apenas 87 metros tem como principal atrativo a Caverna Santana. No pequeno percurso é possível admirar a flora e avistar a fauna, que conta com um grande número de aves.

Trilha da Caverna Santana

Ao chegar à Caverna Santana para nossa surpresa, mas não para a guia, estava inundada pelo Rio Roncador que passa no interior de suas galerias, isso pela grande quantidade das chuvas.

A formação das cavernas na região ocorre a partir das águas pluviais saturadas de ácido carbônico, provenientes dos solos ricos e férteis da mata preservada, que penetram nas fissuras rochosas e desgastam o calcário presente no solo da região, abrindo dutos e galerias, e originando cavidades naturais, as cavernas calcárias.

Caverna Santana - PETAR.


Caverna Santana - Núcleo Santana - PETAR.

Dentro do Núcleo Santana há outros roteiros de visitação, um dos mais notáveis é a Trilha do Rio Betari. A trilha de 7.200 metros, percorre a margem do Rio Betari que possui flora e fauna exuberantes. No final chega-se a duas cachoeiras com quedas d'água de 30 metros: a Cachoeira das Andorinhas e Cachoeira do Betarzinho.

Trilha do Rio Betari.

A Trilha do Rio Betari é integrante do Passaporte do Programa Trilhas de São Paulo. Essa mesma trilha acessa as cavernas Água Suja e Cafezal. Infelizmente interditada na ocasião, também por conta da grande quantidade das chuvas.



Trilha do Rio Betari - Núcleo Santana - PETAR.

O PETAR, junto com outras Unidades de Conservação, situa-se no maior contínuo de Mata Atlântica Preservada do Brasil e integra a Zona Núcleo da Reserva da Biosfera.

Mais de 80% da população brasileira vive nos domínios da Mata Atlântica, da qual restam pouco mais de 7% do território original. Mesmo reduzida e fragmentada, seus ecossistemas ainda abrigam imensa riqueza de espécies animais e vegetais, e contam com os mais altos índices de biodiversidade do planeta. Por esses motivos a Mata Atlântica é considerada um dos 5 biomas mais ameaçados do mundo.

Trilha na Floresta de Mata Atlântica - PETAR.

A Floresta de mata Atlântica garante abastecimento de água para mais de 120.000.000 de pessoas, protegem a estabilidades das encostas, contribuem para o equilíbrio do clima e preservam um imenso patrimônio histórico cultural. O maior território contínuo de remanescentes de Mata Atlântica do país encontra-se no Estado de São Paulo, especificamente, no Vale do Ribeira e nas Serras da Mantiqueira, do Mar e Paranapiacaba.

Flora da mata Atlântica - PETAR.

A Mata Atlântica é um dos 34 hotspots de biodiversidade do mundo. Hotspots são áreas de alta biodiversidade, onde existem muitas espécies que só existem nesses locais, as chamadas espécies endêmicas.

A devastação ao longo do tempo eliminou mais de 75% da superfície original dos 34 hotspots do mundo. Hoje eles ocupam apenas 2,3% da superfície da terra, e neles vivem:
  • 75% dos mamíferos, aves e anfíbios mais ameaçados do mundo.
  • 50% das plantas conhecidas.
  • 42% dos vertebrados conhecidos.

Hotspots são importantes para o equilíbrio climático do planeta. As plantas e animais que vivem nessas áreas representam um verdadeiro tesouro para a ciência e são decisivas para o futuro da humanidade.

Flora no Núcleo Santana - PETAR.

Após a verificação da inundação e da impossibilidade de visitarmos a Caverna Santana e a Trilha do Betari, a nossa guia optou por outro roteiro de visitação chamado Trilha do Morro Preto e Couto onde encontraríamos como atrativos a Caverna do Morro Preto, a Caverna do Couto e a Cachoeira do Couto. 

O acesso às Cavernas Morro Preto e Couto é feito por um percurso sinuoso com degraus, estes, devido as constantes chuvas encontravam-se bastante escorregadios, os quais exigiam uma atenção redobrada. A visitação nesses atrativos citados foram bem sucedidas, entretanto, serão compartilhadas em postagens exclusivas, pois foram aventuras incríveis. 

Trilha do Morro Preto - Núcleo Santana - PETAR.


Rio Betari - PETAR.


Ponte sobre o Rio Betari na Trilha do Morro Preto - PETAR.

Depois de nossas aventuras nas cavernas  e nas trilhas do núcleo voltamos para o ponto de partida, o quiosque dos guias, nele há exposto em placas as normas de visitação para as cavernas do PETAR existentes devido a um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), assinado junto ao Ministério Público, IBAMA, ICMBio e CECAV.

O parque passou um período fechado (dois meses em 2008), por conta de alguns acidentes e ausência de um Plano de Manejo. Para reabertura do Parque foi elaborado um Plano Emergencial para cada caverna com normas referentes ao número de pessoas, horários de visitação entre outros.

Nas cavernas do Núcleo Santana foram criados horários de visitação conforme o Plano Emergencial em vigor, todos com saída inicial do quiosque dos guias. Grupos com no máximo 8 visitantes mais um Monitor Ambiental:
  • CAVERNA SANTANA - 09h às 15h com saída entre os grupos de 30 min. Podendo unir 2 grupos no mesmo horário. Capacidades de visitação por dia de 104 visitantes.
  • CAVERNA MORRO PRETO - 08h às 16h com saída entre os grupos de 20 min. Podendo unir 2 grupos no mesmo horário. Capacidades de visitação por dia de 200 visitantes.
  • CAVERNA COUTO - 08h às 16h com saída entre os grupos de 20 min. Capacidades de visitação por dia de 200 visitantes.
  • CAVERNA ÁGUA SUJA - 08h às 14h com saída entre os grupos de 20 min. Capacidades de visitação por dia de 102 visitantes.
  • CAVERNA CAFEZAL - 08h às 12h com saída entre os grupos de 20 min. Capacidades de visitação por dia de 106 visitantes.

Água potável no início das trilhas.

Apesar de toda estrutura do Núcleo Santana como Centro de Visitantes, estacionamento, banheiros, etc, as atividades nas trilhas e nos ambientes das cavernas são rústicos. Em determinados momentos você tem que pisar no barro, as trilhas são íngremes, em algumas cavernas é preciso atravessar trechos dentro d'água, há escadas para vencer alguns lances, em outros é preciso se abaixar e utilizar o auxílio das mãos. Nesse sentido, reforço que em alguns momentos você pode ser exigido fisicamente, mas afirmo, é super tranquilo.

Em cima disso foi criado uma série de normas e regras visando aumentar a segurança do visitante:
  • É obrigatório estar com Monitor Ambiental em todas as cavernas e na maioria dos atrativos.
  • É obrigatório o uso de calça, camiseta com mangas (pode ser curta, mas tem que cobrir os ombros) e tênis (não sendo permitidos o uso de blusinhas, regatas e sandálias).
  • Nas cavernas é obrigatório o uso de equipamentos de segurança como capacetes e lanternas.

As aventuras no PETAR foram incríveis, infelizmente não conseguimos ver tudo o que gostaríamos pela grande quantidade das chuvas, mas ficamos muito satisfeitos com as experiências vivenciadas no parque. Essas serão compartilhadas em postagens exclusivas.

O atual Gestor do PETAR em 2017 é o Sr. Rodrigo Aguiar.



PETAR - A MAIOR CONCENTRAÇÃO DE CAVERNAS DO BRASIL!!!!!!!!!!!!!!!!


COORDENADAS GOOGLE EARTH: 24º32'14.31"S - 48º42'00.35"O.


TEXTO: Valfredo Neves.
Fonte: PETARonline; Centro de Visitantes do Núcleo Santana; ambiente.sp.gov; Folder Turístico da Fundação Florestal; Centro de Visitantes do Núcleo Caverna do Diabo; Wikipédia.


FOTOS: Valfredo Neves.


VEJA AQUI NO BLOG:



CURIOSIDADE:
O logotipo do PETAR trás o Bagre Cego de Iporanga (Pimelodella kronei), o primeiro peixe de caverna descoberto e descrito no Brasil - Espécie endêmica das cavernas do PETAR.