domingo, 21 de fevereiro de 2016

SÃO JOÃO BATISTA - Missões.

São João Batista foi a primeira redução jesuítica que visitamos, mas foi a 6º dos Sete Povos das Missões. Tivemos uma certa dificuldade para encontrá-la pois na ocasião não havia muita sinalização, por várias vezes que no caminho perguntávamos, as respostas sempre nos levavam a São Miguel, talvez por se tratar da mais famosa redução jesuítica no Brasil, declarada como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO (o que será abordado em uma postagem exclusiva). embora ainda não a conhecíamos e estivéssemos ansiosos para tal, nosso planejamento nos mostrava como objetivo procurar a redução jesuítica de São João Batista, até que em um ponto bem próximo da estrada de acesso, ainda na BR 285 perguntamos em uma casa, onde o senhor que nos atendeu perguntou: "Vocês procuram as ruínas de São João Velho?" - "Essa mesmo!" - "Na próxima entrada a esquerda tem uma pequena placa azul, mais seis quilômetros..."
O Sítio Arqueológico São João Batista está localizado no município de Entre-Ijuís no Estado do Rio Grande do Sul / Brasil. Fica na localidade (vilarejo) de São João Velho, distante 19 Km do centro da cidade, destes, 6 são de estrada de terra, muito bem conservada.

Controle de entrada do Sítio Arqueológico de São João Batista.

O Sítio Arqueológico São João Batista está aberto diariamente das 09:00 às 17:00 e tem um controle na entrada do sítio com vigilância, nesse ponto há um pequeno museu com peças provenientes de achados arqueológicos e muita informação sobre a redução jesuítica. Mapas em imensos painéis e plantas das antigas construções dão a dimensão e inserem os visitantes no mundo missioneiro, que ao passarem esse ponto, é como ultrapassar um portal mágico que nos transporta ao passado.

Sítio Arqueológico São João Batista - Entre-Ijuís - RS / BR.

Na ocasião não nos foi cobrado o acesso e a recepção dos funcionários é extraordinária. Ao acessarmos fomos surpreendidos por mais um museu, agora ao ar livre com peças esculpidas em pedras grês.

Peças esculpidas em pedras.

O local oferece visita guiada aos turistas, mas você pode fazer a visita auto guiada também, super a vontade, pois a infra-estrutura do sítio é ótima, a medida em que se avança, placas interpretativas contam como seria na época, desenhos e explicações vão colocando o visitante dentro do cenário.
Os textos transcritos nas placas de sinalização são relatos do Padre Sepp, fundador da Redução de São João Batista, reunidos na obra Viagem às Missões Jesuíticas e Trabalhos Apostólicos.

Abaixo por exemplo:

PRAÇA.
"... a praça principal (...) mede quatrocentos pés geométricos de largura e outros quatrocentos e cinquenta de comprimento. Esta área é cercada (...) pelas casas dos indígenas, separadas umas das outras (...)".
"Da praça saem as quatro ruas principais em forma de cruz, que medem sessenta metros de largura e mais de mil de comprimento, e levam ao campo em todas as direções. Esta distribuição embeleza o aspecto do povoado (...), pois de todos os pontos cardeais, quatro avenidas largas e formosas levam para dentro da vila e se encontram na metade da praça em frente ao portal da igreja".

A praça principal - Redução Jesuítica de São João Batista.

Como nas demais reduções, a praça central era circundada pelas moradias dos indígenas e dos padres, pelas oficinas, cemitério, colégio, adega e igreja.

RUA PRINCIPAL.
"Para que as construções não se fizessem espalhadas aqui e ali, sem ordem e em conflito com as regras da arte arquitetônica, (...) dividi a planície (...) em duas partes iguais, de modo que uma ala, contasse de largura, tantos pés geométricos quanto a outra. A paróquia ou templo, e a casa dos padres missionários ocuparia o meio da praça. Esta praça seria o centro, donde partiriam as ruas paralelas, igualmente distantes de um lado e outro".

O solo ondulado revela marca das construções.


A infra-estrutura por si só sugere o trajeto a seguir.

A redução de São João Batista foi fundada em 1697, sua população inicial era proveniente da redução de São Miguel Arcanjo, isso aconteceu em função do crescimento populacional e das dificuldades de abastecimento. Foi fundada pelo padre Antonio Sepp (1655-1733), jesuíta alemão, um polímata que dominava a música, arquitetura, urbanismo, relojoaria, pintura e escultura. 

Pátio da casa dos padres.


 
Ruínas das oficinas e do colégio.

No início o padre Sepp foi seguido por 2.832 pessoas oriundas da redução de São Miguel, quando do inicio dos trabalhos de construção da igreja em 1708, já havia 3.400 pessoas habitando o aldeamento e por volta de 1730 possuía mais de 4.500 habitantes.

Ruínas de São João Batista - Missões.


Passarelas facilitam a passagem  e diminuem o impacto.


Ruínas da Redução Jesuítica de São João Batista - Missões.

Sepp também foi um geólogo e minerador, sendo o pioneiro nos trabalhos de metalurgia nas Missões. Extraia o ferro, que era utilizado na fabricação de sinos, ferragens e ferramentas, aquecendo a pedra "itacurú" que era abundante na região.

OFICINAS.
"[os padres missionários] Ensinaram a fabricar sinos de bronze, a fundir tachos de estanho, a preparar salitres e nitratos de pó. Tenho visto com grande admiração, relógios feitos pelos índios, que dão horas e cujos ponteiros indicam o tempo; esferas ou cilindros astronômicos, nos quais os indígenas lograram gravar os graus e os minutos com precisão a mais exata. (...) é (...) dificil adivinhar qual o relógio feito na Europa e qual no Paraguai".

Redução Jesuítica de São João Batista - Entre-Ijuís - RS / BR (Missões).


São João Batista - Missões.

Atualmente o Sitio de São João Batista abriga restos da estrutura do cemitério, da igreja e do colégio, além de estruturas complementares como olarias, barragens, estradas, etc.

Representação Gráfica por satélite do que seria a Redução de São João Batista.

O cemitério está muito bem conservado e me parece ser usado ainda pelos moradores da localidade, ele fica a direita da igreja para quem a vê pela frente.

 
Cemitério.

Realmente fomos muito felizes em escolher a Redução de São João Batista para iniciar a nossa visita as Missões, as pedras, os blocos conservados, ou como muitos, empilhados, cada detalhe impressiona, por vezes eu ficava sozinho em algumas partes, mas era como se não estivesse, o lugar mexe com você, é impressionante... A imaginação é livre, o lugar parece ser místico, a mistura de dias gloriosos com a decadência causa uma certa reflexão... Religião, morte, está tudo ali, e aquelas ruínas centenárias foram testemunhas de tudo, as mesmas que travam uma luta constante com o tempo e fenômenos da natureza para se manter. 

Redução Jesuítica São João Batista - Missões.


Sítio Arqueológico São João Batista.

Em alguns sítios algumas paredes já comprometidas possuem escoras, também é fácil notar blocos numerados em algumas paredes, é um tipo de mapeamento para que em caso de desabamento os blocos passem por um processo de restauração e os mesmos voltem para o seu lugar de origem corretamente.

Sitio Arqueológico São João Batista - Missões.


Blocos numerados.


São João Batista - Missões / Brasil.


Ruínas da Redução Jesuítica de São João Batista - Missões / Brasil.

Em São João Batista, a igreja começou a ser construída em 1708 e, segundo o Padre Sepp, era ornamentada com pinturas nas paredes e possuía grande variedade de imagens  sacras de madeira.

IGREJA:
"Cinco portas tem o templo: duas laterais e três no frontispício; destas, a maior é a do meio, que não somente oferece espaçosa entrada ao povo, mas também (...) projeta no recinto tanta luz que, mesmo estando todas as janelas fechadas, sempre tem luz meridiana, claríssima".

" A igreja está pintada a diferentes cores. Pelas colunas entrelaçam-se (...) cachos de uvas e ramalhetes de flores (...). Veem-se dependurados nas paredes quadros de diversos santos. Nem (...) se esqueceram das gravuras dos horríveis chamas do inferno, para conservar os índios no santo temor de Deus e afastá-los do pecado". 

Igreja - Angulo frontal.


Igreja - São João Batista / Missões.


Sítio Arqueológico São João Batista - Entre-Ijuís - Rio Grande do sul / Brasil.

Em 1970, os Sítios Arqueológicos de São joão Batista, São Lourenço Mártir e São Nicolau foram declarados patrimônio histórico e artístico nacional pelo IPHAN. São Miguel das Missões já havia sido declarado em 1938 um ano após a criação do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico nacional) instituição vinculada ao Ministério da Cultura.
As outras três reduções que somadas a essas quatro formavam os 7 povos das missões, tiveram seus vestígios encobertos por formações urbanas: Santo Ângelo Custódio, São Luiz Gonzaga e São Francisco de Borja.

Ruínas da Igreja da Redução Jesuítica de São João Batista.


Imagens...


...Fantásticas.


Ruínas de São João Batista / Missões.


São João Batista - Missões - Entre-Ijuís - RS / BR.

O Sítio também mantém um monumento em homenagem ao Padre Antônio Sepp. A obra feita em pedra é datada de 1959 e se confunde com as ruínas da própria redução, reproduzindo a figura dos pioneiros da siderurgia no país.

Homenagem ao Padre Antônio Sepp.


Monumento inaugurado em 1959.


Monumento feito em pedra em homenagem a Antônio Sepp.

Após a Guerra Guaranítica e a expulsão dos jesuítas, o local permaneceu ocupado até meados do século 19 por poucas famílias indígenas.

Saímos de São João Batista muito satisfeitos com o passeio e enriquecidos culturalmente, nossa próxima redução seria São Miguel das Missões, distante 24 quilômetros, onde passaríamos a noite para no outro dia visitar o incrível sitio que será compartilhado em uma postagem exclusiva. 
Até a próxima!!!!!!!!!!




SÃO JOÃO BATISTA - PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL BRASILEIRO!!!!!!!!!!



COORDENADAS GOOGLE EARTH: 28º27'22.63"S - 54º23'56.19"O.



TEXTO: 
Adaptação - Valfredo Neves.

Fontes - Wikipédia; Portal das Missões; Pousada das Missões; Biblioteca Missioneira; Placas explicativas locais; Folders Turísticos.

Em laranja Itálico - Trechos transcritos nas placas de sinalização do sítio. Foram escritos pelo Padre Sepp e reunidos na obra "Viagem às Missões Jesuíticas e Trabalhos Apostólicos".



FOTOS: Valfredo Neves.



VEJA SOBRE PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS NO SÍTIO EM:





terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

MISSÕES JESUÍTICAS

Estivemos nas Missões em busca de história, cultura e aventura. Para contar essa experiência enriquecedora em todos esses quesitos, temos que partir do inicio histórico tendo em vista que espera-se serem postagens bastante visitadas pela demanda que se acompanhou durante essa jornada. 

Cada sitio arqueológico visitado por nós terá uma postagem individual exclusiva, dados históricos terão suas fontes referenciadas, mas quase todas são de folders turísticos, os quais resumem de forma precisa e não sobrecarregam trazendo um equilíbrio entre história e aventura.

O encontro dos Jesuítas e dos Índios da américa espanhola, entre os séculos XVI e XVIII resultou nas MISSÕES JESUÍTICAS DOS GUARANIS. A união das duas culturas criou o que é considerada a mais perfeita experiência de vida comunitária de todos os tempos, dentro dos ideais cristãos onde o bem comum era primordial.

Em 1607 os jesuítas, a serviço da Coroa espanhola, iniciaram a fundação de 30 reduções em terras tradicionalmente ocupadas por indígenas, hoje situadas em territórios da Argentina, Brasil e Paraguai.

Mapa dos 30 povos.

As reduções eram povoamentos criados para facilitar o trabalho de evangelização dos povos nativos, interligadas por caminhos onde havia capelas, fontes, área de floresta, estâncias com criação de gado introduzidos pelos jesuítas, plantações de erva-mate e outros vegetais já cultivados pelos guaranis.

Redução Jesuítica Santa Maria La Mayor - Misiones / Argentina.

Cada povoado compunha-se de uma praça, circundada por moradias, igreja, colégio, oficinas, cemitério e outras edificações. A população podia alcançar cerca de 7 mil indígenas e dois ou três jesuítas. Exímios caçadores, agricultores e ceramistas, os guaranis se tornaram, também, hábeis artífices, metalúrgicos, tipógrafos, escultores, pintores, músicos, canteiros e fabricantes de instrumentos musicais.

Ruínas da Redução Jesuítica de Santa Ana - Santana - Misiones / Argentina.

A vida nas reduções, que era mantida pela prática de um sistema cooperativo, causava admiração aos viajantes e seus relatos alimentaram o imaginário europeu, disseminando a visão idealizada de uma utopia no Novo Mundo.

Sítio Arqueológico de Loreto - Misiones - Argentina.

Com o Tratado de Madri (1750), que desencadeou a Guerra Guaranítica (1754 - 1756), e a expulsão dos jesuítas, em 1767, o sistema dos 30 povos entrou em decadência. Alguns povoados, permaneceram habitados por moradores locais e indígenas sobreviventes. Outros se transformaram em ruínas.

San Ignacio Miní - Misiones / Argentina.


OS SETE POVOS DAS MISSÕES

A província Jesuítica dos Guarani compunha-se de 30 povoados. quando Espanha e Portugal firmaram o Tratado de Madrid, fixando a fronteira entre as suas terras, sete destes povoados passaram a pertencer à Coroa Portuguesa e, posteriormente, foram incorporados ao território brasileiro. São os chamados Sete Povos das Missões: São Francisco de Borja, São Luiz Gonzaga, Santo Ângelo Custódio, São Nicolau, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir e São João Batista.

Sítio Arqueológico São João Batista - Entre Ijuís - RS / Brasil.

Os três primeiros originaram novas cidades (Atuais: São Borja, São Luiz Gonzaga e Santo Ângelo). Remanescentes dos outros quatro foram protegidos como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. São Miguel Arcanjo foi também declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

Redução Jesuítica de São Miguel - São Miguel das Missões - RS / Brasil.

Houve certa especialização e troca entre os povoados missioneiros, São Miguel Arcanjo se dedicou sobretudo à criação de gado. São João Batista possuía uma fundição, produzindo sinos e ferragens, São Nicolau destacava-se pela qualidade artísticas de suas estátuas de madeira.

Sítio Arqueológico de São Lourenço Mártir - Missões / Brasil.

O sistema coletivo de trabalho e o conhecimento guarani, associados aos ensinamentos introduzidos pelos jesuítas, possibilitaram a sustentação dos povoados missioneiros (por cerca de 160 anos).


Redução Jesuítica de São Nicolau - São Nicolau - RS / Brasil.

Conhecer a Região das Missões é uma verdadeira viagem no tempo. Andar por elas faz reviver a saga dos jesuítas que em 1609, atravessaram o Atlântico, rumo ao desconhecido, para conviver com os Guarani dentro dos princípios da fé cristã.
Em princípio denominada Província Jesuítica e pertencente à coroa espanhola, um grupo de até 100 mil indígenas experimentaram uma vivência de 160 anos até hoje sem igual. Com a passagem do território para as mãos portuguesas, porém, o espaço assistiu à Guerra Guaranítica e posterior expulsão dos jesuítas, que levou ao extermínio do projeto.

Hoje, há 30 mil indígenas "Guarani" no Brasil. Falam a língua de seus antepassados e mantém sua organização social e sua visão de mundo, profundamente marcada pela espiritualidade. As ruínas de São Miguel são para eles, um lugar sagrado.



MISSÕES JESUÍTICAS - ENRIQUECIMENTO CULTURAL E AVENTURA EM UMA INCRÍVEL VIAGEM AO PASSADO!!!!!!!!!!!!!!!!


TEXTO: 
Introdução e legendas - Valfredo Neves.
Amarelo - Folder Turístico Rota Missões.
Laranja - Folder Turístico 2013, elaborado por Ana Meira 


FOTOS: Valfredo Neves.
Mapa dos 30 povos - Internet.



VEJA MAIS EM:






sábado, 6 de fevereiro de 2016

POUSADA DAS MISSÕES - São Miguel.


Essa é mais uma postagem do marcador POUSADAS PET, que tem como finalidade divulgar os lugares que nos acolheram, não só nós, mas também nossos dogs adventures, em nossas jornadas em busca de aventura, conhecimento e cultura.

Em são Miguel das Missões ficamos hospedados na Pousada das Missões e fomos muito bem atendidos. A pousada fica muito próxima ao sitio arqueológico de São Miguel, cerca de uma ou duas quadras. Também fica em uma região centralizada aos sítios arqueológicos de São João e São Lourenço que ficam a poucos quilômetros.

A pousada aceita Pets, porém verifique a disponibilidade e agende a sua hospedagem. A pousada também conta com estacionamento e uma loja de artesanatos, bem como uma grande oferta de serviços que poderão serem visualizados junto com as imagens e fotos no link oficial da pousada no final da postagem.


POUSADA DAS MISSÕES: UMA EXCELENTE OPÇÃO NA REGIÃO DAS MISSÕES!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


TEXTO: Valfredo Neves.

IMAGEM: Logo da Pousada das Missões.

SITE DA POUSADA: www.pousadadasmissoes.com.br

ENDEREÇO: Rua São Nicolau, 601 - São Miguel das Missões - RS / BR.

FONE / FAX: (55) 3381 1202.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

FORTE SANTA TECLA - BAGÉ

O Forte Santa Tecla está localizado no município de Bagé no estado do Rio Grande do Sul. 
Não foi difícil encontrar a localização do forte, na BR 293 há placas indicando a entrada para estrada de terra, depois o melhor é ir perguntando, pois há algumas casas durante o caminho, mas a localização do forte fica a aproximadamente 2 .200m da BR (asfalto), para ser mais exato do trevo (rótula) da entrada da cidade, você entra na estrada de terra contrária a entrada do pórtico.
Porém o decepcionante é que não existe mais o forte, pois quando se ouve falar, se imagina imensas muralhas, mas não, há só vestígios do que nos narra a história. O atual terreno do forte pertence a Prefeitura Municipal de Bagé. No local há um marco, onde nota-se a ausência de duas placas que provavelmente foram roubadas e vendidas por peso pelo valor do metal.

Localização do Forte Santa Tecla - Bagé - RS / Brasil.

Também havia uma placa turística com informações históricas, bastante danificada pela ação de vândalos...

A placa trazia o seguinte texto informativo:

Segundo o historiador João Antônio Circe, a fundação do Forte Santa Tecla ocorreu por volta do ano de 1773, sob o comando do vice rei de Buenos Aires, Gal. D. Juan Jose Vertiz y Salcedo. A coxilha que abrigou o forte ficava entre as nascentes do Rio Negro, Camaquã, Jaguarão e Ibicuí. Sua localização estratégica deve-se ao fato de ver o Uruguai a "olho nu". Em seu ponto mais alto, estava o baluarte San Agustín. Nos outros pontos, denominados San Miguel, San Juan Bautista, San Jorge e, a 5ª ponta do pentágono, à beira da ribanceira, San Francisco. Comenta-se que era possível de cada um deles, ver um ponto diferente das fronteiras, tendo assim, uma visão geral de toda a região.
Neste período, a região era ocupada, somente por índios charruas e índios missioneiros. Sua construção tem a assinatura do Eng.º Bernardo Lecoq, sendo que o Forte Santa Tecla, caracterizava-se por sua forma pentagonal irregular, sua fundações de pedra e cimento, suas paredes levantadas em leivas de barro socado e construções de pau-a-pique. Em 26 de março de 1776, as tropas portuguesas do comandante português Rafael Pinto Bandeira derrotaram as tropas espanholas instaladas no forte, depois de vinte e sete dias de batalhas sangrentas. Por esse feito, Rafael Pinto Bandeira ficou conhecido como o "maior espada brasileira do século XVIII". Um ano depois, em 1777, quando da assinatura do Tratado de Santo Idelfonso entre as coroas portuguesa e espanhola, o Forte Santa Tecla, foi devolvido as forças castelhanas novamente. Somente no ano de 1801, após muitas quarelas belicosas entre castelhanos e portugueses em solo gaúcho, que Domingos José Gonçalves, conhecido como "Porta Estandarte", tomou novamente as terras bageenses e o Forte Santa Tecla para coroa lusitana.

Imagem da localização do forte.


FORTE SANTA TECLA: DESTRUÍDO PELAS GUERRAS, DESGASTADO PELO TEMPO, SAQUEADO PELOS VÂNDALOS!!!!!!!!!!!!!!!!


TEXTO: Valfredo Neves.
Em negrito, itálico: placa turística da Prefeitura Municipal.


FOTO: Valfredo Neves.
Imagem do satélite: Google Earth.



PARA RELATOS HISTÓRICOS MAIS COMPLETOS, IMAGENS E GRÁFICOS DO FORTE ACESSE:
http://www.noticianahora.com.br/Brasil/noticia/forte-de-santa-tecla-bage-rs-por-hiram-reis-e-silva/91704#.VqeDeporLIU

http://fortalezas.org/?ct=fortaleza&id_fortaleza=387

http://www.3rcmec.eb.mil.br/historico.htm

https://www.youtube.com/watch?v=J81o8uyMjKk